Num estudo, presente na revista nature, que foi realizado em National Institute on Aging (NIA) com macacos rhesus de, simultaneamente, idades mais jovens e idades mais avançadas, permitiu concluir que um regime alimentar restrito em calorias não aumentou os resultados do tempo de sobrevivência destes animais.
Contudo a restrição calórica e a referência a uma
alimentação mais saudável é muitas vezes reportada como o mecanismo, não-genético, de
primeira linha para aumentar a longevidade.
Contraste em resultados de dois estudos realizados
Esta restrição calórica, tem sido, previamente a este estudo,
referida como meio para retardar ou prevenir doenças crónicas em alguns animais. Para além disso, alguns resultados benéficos
relativamente à função imunológica, coordenação motora e resistência à
sarcopenia em macacos rhesus foram já apresentados.
Portanto, este estudo é contrário a alguns resultados previamente
apresentados acerca do tema e mais especificamente contrário a um estudo
realizado pelo
Wisconsin National Primate Research Center (WNPRC).
Este estudo de WNPRC
concluiu que a implementação de regime alimentar, baixo em calorias, em um
grupo de macacos rhesus, de idade adulta, isto é, entre os 7-14 anos, resultou
em aumento de 30% na sobrevivência destes animais.
As descobertas
realizadas por WNPRC foram muito importantes pois permitiram que se
encontrassem resultados acerca dos efeitos de uma dieta restrita em primatas,
não-humanos, indo, por isso, para além dos comuns estudos realizados em ratos
de laboratório.
No entanto, o estudo
realizado com macacos em NIA, sugere uma separação entre os seguintes conceitos
e suas interações, nomeadamente: efeitos na saúde, morbilidade e mortalidade.
Estudo realizado com macacos reshus em NIA
Durante este estudo foram observados 2 grupos de macacos de
todas as faixas etárias, jovens, adultos e de idade mais avançada.
Um dos
grupos foi sujeito a uma restrição alimentar, sendo denominado, grupo com
restrição alimentar, e um segundo grupo, em que era permitido aos macacos se
alimentarem de alimentos à sua escolha, sem qualquer restrição, sendo
chamado de grupo de controlo.
Conclui-se que ao longo do estudo, não se verifica
nenhum aumento na sobrevivência dos macacos com restrição alimentar relativamente ao grupo de controlo, assim como, também, não se verificou nenhuma diferença
aparente nas causas de morte entre os dois grupos. Doenças como, cancro, síndrome
cardiovascular e deterioração do organismo em geral, surgiram em macacos de idade
mais avançada em ambos os grupos.
Menos de 50% dos macacos encontram-se ainda vivos,
por isso, existe ainda uma possibilidade de os resultados se reverterem um
pouco no sentido contrário do que é aqui descrito e irem de encontro ao estudo
realizado por WNPRC. No entanto, estima-se que todos os animais do estudo terão
morrido num prazo de 10 anos, por isso, a probabilidade de o estudo tomar um
rumo diferente nos próximos anos, do até aqui apresentado, é muito reduzida,
sendo estimada como de 0,1%.
O porque de resultados diferentes para duas pesquisas iguais
A diferença entre o resultado dos estudos pode ser explicada
pela diferença na composição da alimentação oferecida aos animais. Neste
sentido, a alimentação fornecida aos animais do estudo realizado pela NIA tinha como base um ingrediente natural, enquanto, que a alimentação fornecida
durante o estudo em WNPRC é purificada.
Sabe-se também que a primeira mencionada continha apenas
3,9% de sacarose, já a segunda, era constituída em 28,5% de sacarose, assim como
outros elementos dietéticos foram fornecidos na alimentação em quantidades
diferentes.
É de salientar que estas diferenças alimentares entre os 2
estudos se verificaram para os dois grupos, grupos de restrição alimentar e
grupos de controlo, assim como, existiam nos 2 estudos diferenças genéticas
entre os animais que participaram nos mesmos.
Para o estudo em NIA, os macacos
eram originários da India e da China, enquanto, que no estudo realizado em
WNPRC eram originários apenas da India.
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